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A Trindade: Mistério de Comunhão e Amor


A Solenidade da Santíssima Trindade, celebrada logo após o Pentecostes, é uma oportunidade para a Igreja refletir sobre o centro da fé cristã: Deus é Um só em três Pessoas — Pai, Filho e Espírito Santo.

No Evangelho de São João, durante a Última Ceia, Jesus fala longamente aos discípulos sobre o Pai e o Espírito Santo. É o momento em que Ele começa a prepará-los para viver sem a sua presença visível. Ao referir-se ao Pai como Aquele que O enviou, e ao Espírito como o dom que será dado, Jesus revela que Deus é relação, e não solidão. A própria identidade de Deus manifesta-se em comunhão.

Este discurso de despedida ajuda-nos a perceber algo essencial: tudo o que Jesus disse e fez aponta para o Pai. A Sua missão não é isolada, mas em total unidade com o Pai e o Espírito. Ele age movido pelo amor do Pai e promete o Espírito para que esse amor continue vivo nos discípulos. Assim, compreendemos que o Mistério Pascal (a paixão, morte e ressurreição de Jesus) só pode ser plenamente entendido à luz da Trindade.

Muitas vezes pensamos na Trindade como algo distante ou complicado, mas na verdade trata-se do fundamento da nossa fé: fomos criados à imagem de um Deus que é relação e comunhão. E é este mesmo Deus que nos chama a viver em comunhão com Ele e com os outros.

Jesus promete o Espírito Santo como aquele que nos ajudará a recordar e compreender as Suas palavras. Isso significa que o conhecimento da Trindade não vem apenas por estudo teológico, mas pela escuta, pela oração, e pela experiência de fé. Através da ação do Espírito, compreendemos que a vida cristã é participação no amor do Pai e do Filho.

Em resumo, celebrar a Trindade é reconhecer que Deus não é uma ideia abstrata, mas uma comunhão viva. E que a nossa vida só encontra sentido quando acolhemos esse amor e o fazemos crescer nas nossas relações, comunidades e escolhas diárias.


Gregorio Vásquez de Arce y Ceballos. Símbolo de la Trinidad. Museo Colonial de Bogotá. Ca. 1685.
Gregorio Vásquez de Arce y Ceballos. Símbolo de la Trinidad. Museo Colonial de Bogotá. Ca. 1685.

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